Com o objetivo de reforçar a parceria do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco com as universidades e instituições de ensino, o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, atendeu convite do Instituto Federal do Sertão (IF Sertão) em Petrolina para uma conversa sobre a atuação do Comitê e pensar em atuações conjuntas.

O encontro aconteceu na tarde desta quinta -feira (19) com a reitora da instituição, Maria Leopoldina Veras e a professora Edivania Granja, que esteve nos últimos seminários de comunidades tradicionais promovidos pelo CBHSF; Seminário de Povos Indígenas e Seminário de Comunidades Quilombolas da Bacia do São Francisco. A Instituição desenvolve ações junto às comunidades indígenas e demonstrou interesse em unir esforços com o CBHSF e estar mais próximo, entendendo o trabalho realizado pelo Comitê nas comunidades tradicionais como forma de preservar o meio ambiente e a bacia hidrográfica.

Há anos a instituição integra a Ação Saberes Indígenas na Escola promovida pelo Ministério da Educação, em parceria com a Universidade Estadual da Bahia – UNEB Paulo Afonso; e o Instituto Federal do Sertão Pernambucano, campus Floresta. Trabalho que resultou na produção de um livro. “Temos muito interesse na temática e em levar nossos pesquisadores a pensar e propor soluções para os problemas das comunidades, por isso estamos realmente disponíveis ao Comitê para estar mais próximo, de modo a somar esforços para atender os povos indígenas da bacia e as comunidades tradicionais”, afirmou a reitora.

Com trabalhos também voltados aos povos tradicionais, o IF Sertão apresentou suas ações com o povo indígena Pankararu, localizado entre os municípios pernambucanos de Tacaratu, Petrolândia e Jatobá, onde há diversas nascentes degradadas ou já inativas há anos. A situação lembrada pelas professoras confirma o relato feito pela Funai que apresentou à CCR Submédio, em junho deste ano, a proposta de parceria para recuperar as nascentes da região. Na ocasião, a Coordenação Regional do Baixo São Francisco e a Coordenação Geral de Gestão Ambiental da Fundação Nacional dos Povos Indígenas – FUNAI apresentou o projeto, pensado pela fundação para o povo Pankararu com o objetivo ainda de recuperar a nascente que abastece a comunidade e, de acordo com a coordenação do órgão, vive sob forte pressão hídrica, já que é de lá que são utilizadas as águas para abastecimento humano, dessedentação animal, além de produção agrícola.

O coordenador da CCR, Claudio Ademar, após lembrar as mais diversas ações do CBHSF, destacou que toda parceria é importante para garantir água em quantidade e qualidade para todos. “O recurso que o Comitê tem disponível é muito pouco diante a demanda da bacia hidrográfica inteira, portanto, é fundamental que a gente construa parcerias fortes com as mais diversas instituições e instâncias, principalmente com as universidades, instituições de ensino que podem contribuir com pesquisa qualificada para que possamos entender onde estamos e onde podemos chegar a partir de ações coordenadas e regulares”, afirmou lembrando que a realização da Expedição Científica no Submédio SF, a exemplo do que já acontece há cinco anos no Baixo São Francisco, pode sinalizar questões importantes para a recuperação nesta região. “É importante considerar que a bacia do São Francisco é muito grande e tem as mais diversas realidades em cada região, por isso, a pesquisa científica pode nos dar o aporte e conhecimento necessário para que todos, além do Comitê, prefeituras, Estado, organizações consigam atuar de modo consciente e tratar o problema de fato. Por isso, a Expedição do São Francisco no Submédio e demais regiões é tão necessária, mas para isso precisamos que as universidades assumam o compromisso junto com o Comitê para realização”.

Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Juciana Cavalcante