Comunidade indígena Koiupanká é mais uma das beneficiadas com sistemas individuais de esgotamento sanitário

30/09/2024 - 15:15

Embora vivam próximo a área urbana do município de Inhapi (AL), as famílias da comunidade indígena Koiupanká ainda não têm acesso ao abastecimento de água e ao saneamento. Por isso, a comunidade é uma das contempladas pelo edital 01/2022 de manifestação de interesse para seleção de comunidades rurais a serem atendidas com sistemas individuais de esgotamento sanitário na bacia hidrográfica do rio São Francisco. O projeto está financiando a construção de soluções individuais de tratamento de esgotos domésticos, sendo previstos três tipos de soluções, conforme cada necessidade.


No último sábado (28), parte das famílias atendidas pelo projeto participaram da primeira oficina participativa para apresentação técnica e prática de informações, além de servir para esclarecimentos gerais. O encontro foi realizado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, financiador das obras, através da empresa RGA Engenharia, contratada através da Agência Peixe Vivo, para execução dos serviços.

As obras, que tem um prazo de seis meses para conclusão, vão atender 62 famílias Koiupanká das aldeias Baixa Fresca, Baixa do Galo e Roçado. Nessas comunidades, os sistemas de esgotamento sanitário individual foram planejados de forma a propiciar soluções eficientes e sustentáveis a longo prazo, considerando, entre outros aspectos, a flexibilidade dos sistemas para adaptação e complementação ao longo dos anos, mantendo a ideia de cumprimento adequado da etapa de esgotamento sanitário e permitindo uma expansão orgânica das estruturas, conforme a demanda. Além disso, os sistemas foram concebidos levando em conta a população de cada propriedade a ser atendida, o uso e ocupação do solo, as atividades econômicas locais e a legislação ambiental vigente.

Para Maria da Conceição, da Aldeia do Roçado, que sempre viveu sem acesso aos serviços básicos, a obra é uma esperança de melhoria de vida para a comunidade. “Sempre vivemos assim, sem saneamento, e é muito difícil, sempre foi muito difícil. Agora, com essa obra, temos esperança, principalmente nós mulheres, de que as coisas melhorem, e vão melhorar”, afirmou.

Com a obra, o CBHSF busca a recuperação de recursos, como água e nutrientes, como uma oportunidade para desenvolvimento local tornando os sistemas de saneamento mais viáveis e atrativos, especialmente diante da perspectiva de escassez hídrica. Na comunidade serão utilizados três tipos de sistemas: tanque de evapotranspiração (TEVAP), Biodigestor e o Círculo de bananeira para o tratamento das águas cinzas provenientes das pias, tanques e chuveiros.


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O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, destacou a importância do tratamento de esgoto para evitar a poluição dos rios. “O objetivo dessas obras, é mostrar que é possível tratar o esgoto em área urbana e rural e aqui temos a empresa para executar as obras e outra para fiscalizar; tudo para garantir um serviço de qualidade. É importante que as populações se aproximem cada vez mais dos comitês. Digo isso porque o São Francisco não é só a calha, ele também é feito pelos seus afluentes, que são suas veias. Dessa forma, quando o esgoto não é tratado ele vai para os rios, sejam os superficiais ou os subterrâneos. Então, essa é a preocupação do Comitê do São Francisco e toda vez que lançamos um edital buscamos atender as comunidades indígenas e tradicionais tendo esses povos como prioridade. Essa obra é mais um exemplo desse compromisso”.

Além da equipe técnica da empresa RGA, também participou do encontro a empresa HidroBR, fiscalizadora das obras e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Sertão do São Francisco, Reginaldo Silva Souza, que também falou sobre outras parcerias. “Quero agradecer ao Comitê do São Francisco. Não é a primeira vez que o município foi beneficiado, já tivemos aqui a construção de 80 cisternas de 16 mil litros, obra igualmente financiada pelo CBHSF que tem a preocupação e o bom senso, diante da sua arrecadação, que embora pouca, traz obras importantes. A gente agradece e não para por aqui, vamos ficar atentos aos editais para trazermos mais benefícios para as comunidades”.

A empresa RGA destacou ainda que ao longo do projeto serão desenvolvidas ações de mobilização social e educação ambiental para uma maior proximidade, troca de experiências, conhecimentos, e orientações técnicas sobre o sistema que será implantado. Também serão realizadas reuniões com representantes e entidades locais, visitas às propriedades ao longo de todo o processo, oficinas participativas com os beneficiários e a cerimônia de encerramento, encontro final com todos os beneficiários.

Serão investidos R$ 1,1 milhão, recursos oriundos da cobrança pelo uso da água na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Juciana Cavalcante