A comunidade do Povoado Resina, localizada no município sergipano de Brejo Grande, na foz do Rio São Francisco, conheceu nesta quinta-feira (5 de setembro), o termo de referência do projeto de Educação Ambiental e Reflorestamento Bosque Berçário das Águas, a ser executado com recursos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). Formada, principalmente, por pescadores, a comunidade foi beneficiada pelo Comitê no ano passado, com uma estrada de acesso ao povoado, o que possibilitou o escoamento da produção local, a exemplo de coco beneficiado, entre outros.
O projeto atende a uma demanda do Projeto Aroeira, e é voltado para a preservação ambiental e geração de renda. O engenheiro Ramon Filgueiras, da empresa DHF Consultoria, foi o responsável pela elaboração do termo de referência. “É um projeto que visa proporcionar para as comunidades da foz áreas de reflorestamento, com implementação dos sistemas agroflorestais, que vão possibilitar geração de renda para essas comunidades”, explicou Filgueiras. De acordo com o engenheiro, são 76 hectares de área de reflorestamento, divididos em cinco subáreas, de acordo com as espécies.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, destacou que acredita na parceria a longo curso com a comunidade. Para Miranda, o Comitê não vê uma ou outra comunidade, mas a bacia do São Francisco como um todo, para explicar como surgiu a ideia de envolver a comunidade no projeto. “O trabalho será longo e a parceria está firmada”, disse. O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco, Honey Gama, também participou da solenidade e confirmou o apoio do Comitê no atendimento prioritário às comunidades determinadas em trabalhar na preservação do chamado rio da integração nacional.
Moradora da comunidade Brejão, Maurília dos Santos comemorou a apresentação do termo de referência. “É uma notícia maravilhosa para todos nós aqui”, disse. A presidente da associação que representa a comunidade, Aparecida Santos, também considerou o investimento importante. “Agradecemos muito ao Comitê por esse olhar diferenciado e de atenção para nós. Precisamos muito desse apoio”, afirmou.
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A reunião também serviu de oportunidade para apresentar outras demandas de interesse da comunidade. A principal delas, está relacionada a salinidade da água do Rio São Francisco. Maria Izaltina Silva, presidente da Associação do Território Quilombola, disse que a empresa Cohidro havia se comprometido em perfurar um poço profundo, mas após estudos, informou que a alternativa não resolve o problema. Adriano Augusto sugeriu, como alternativa, o apoio de parceiros que possibilitem a implantação de meios para armazenamento da água da chuva.
O representante da Rede Cáritas na região também chamou atenção para a prática da carcinicultura na região. “É um assunto preocupante e até perigoso, devido aos nomes que estão relacionados à prática, que ameaçam as pessoas da região”, denunciou ele. “A criação de camarão devasta os mangues e o que está deixando para a população daqui é apenas a pobreza”, relatou ele, sem revelar a identidade a fim de se preservar.
Diante dos pedidos, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, prometeu articular os apoios necessários para atender aos anseios da comunidade. O coordenador da CCR do Baixo, Honey Gama, acrescentou que irá buscar ampliar o raio de parceiros.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Delane Barros