O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) fará uma oficina de aprimoramento da rede de monitoramento de águas superficiais na região do Baixo São Francisco no próximo dia 24, em Maceió (AL). O diretor-técnico da agência Peixe Vivo, delegatária do CBHSF, Alberto Simon, informou sobre o evento aos participantes da reunião promovida nesta segunda-feira (10 de setembro), pela Agência Nacional de Águas (ANA), para analisar as condições hidrológicas da bacia.
De acordo com Simon, o evento será realizado para discutir com possíveis parceiros, os termos de referência que objetivam a realização de estudos voltados para o monitoramento da qualidade da água na região do chamado rio da integração nacional entre os estados de Alagoas e Sergipe. “Todos lembram que tivemos o registro de proliferação de cianobactérias alguns anos atrás e precisamos monitorar esse problema. Como recebemos um recurso extra da ANA, faremos essa oficina a fim de aprimorar os estudos nesse sentido”, explicou Alberto Simon.
Sobre essa questão, o superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas, Joaquim Gondim, adiantou que na mesma data, 24, a equipe técnica da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) deverá fazer uma apresentação relacionada à proliferação das cianobactérias no Baixo do Velho Chico. “É objetivo da ANA apresentar de forma mais clara possível as informações sobre o uso das águas do São Francisco”, disse ele.
Sem chuvas
Durante a reunião, ainda, transmitida por videoconferência para os estados inseridos na bacia do Rio São Francisco, a equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentou os estudos mais recentes quanto às condições hidrológicas da bacia.
O coordenador-geral de Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, explicou que ainda não há indicações para o início da estação chuvosa na Bacia. Segundo ele, os estudos apontam para o registro de uma pequena precipitação apenas na região de Minas Gerais, mas sem grande significância para a Bacia como um todo. Ele ainda comenta que existe uma previsão de chuvas insignificantes na região do reservatório de Sobradinho, na Bahia.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também participou da reunião promovida pela Agência Nacional de Águas. A equipe técnica apresentou as premissas com vistas a operação dos reservatórios. De acordo com o acompanhamento apresentado pelo órgão, o reservatório de Três Marias, em Minas Gerais, deverá se manter operando com defluência de 265 metros cúbicos por segundo (m³/s); o de Sobradinho, deverá ser elevado para 707m³/s, como forma de proporcionar a manutenção em Itaparica, em Pernambuco; e em Xingó, em Alagoas, a vazão controlada deverá se manter em 597m³/s.
A reunião que analisa as condições hidrológicas do Velho Chico é promovida pela ANA, realizada em Brasília (DF) e transmitida por videoconferência para os estados inseridos na Bacia. O encontro contou com a participação de diversos usuários e poder público diretamente relacionados às questões da gestão das águas são franciscanas.
*Texto: Delane Barros