A Prefeitura do Recife terá que desembolsar R$ 13,8 milhões para adquirir o terreno que, em 10 de janeiro, chegou a ser doado formalmente pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) para a construção do primeiro Centro Comunitário da Paz (Compaz), no Cordeiro. A publicação no Diário Oficial do Recife de ontem, sobre a dispensa de licitação nº 001/2013, para aquisição do imóvel, foi motivo de questionamentos da vereadora Priscila Krause (DEM) na Câmara do Recife. O líder do governo, Gilberto Alves (PTN), justificou que a doação foi confirmada pela empresa em um primeiro momento, mas revogada pelo Conselho de Administração da Chesf, por orientação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Apesar do líder governista, em nota, chamar de “protocolo de intenção para a doação do terreno”, que teria sido assinado no décimo dia de governo do socialista, o site da prefeitura, na mesma data, trata o ato como uma doação já concluída. “O imóvel onde funcionará o primeiro Compaz do Recife foi doado pela Chesf à prefeitura. Na ocasião, o prefeito e o presidente da Companhia, João Bosco de Almeida, assinaram o termo de doação”, diz a postagem do governo municipal.
Gasto maior
A decisão pela não doação ocorreu em março. As obras para a construção do Compaz no antigo clube da Chesf começaram em junho. E a viabilização do terreno foi tida por Gilberto Alves como “uma decisão corajosa da gestão, mesmo após os percalços burocráticos pela importância do equipamento para a população jovem e carente da cidade”. A vereadora Priscila Krause, além de protocolar um pedido de informação solicitando à prefeitura uma cópia do termo de doação, questiona o porquê de a Chesf ter voltado atrás na sua decisão.
O empreendimento, que tinha orçamento previsto de R$ 7,7 milhões, agora terá custo total superior a R$ 20 milhões. O Compaz, segundo a prefeitura, atenderá pessoas de todas as idades, com foco nos jovens, através de cursos de capacitação, oficinas e uma biblioteca. O equipamento está sendo construído em um terreno de 17 mil metros quadrados, no cruzamento das avenidas Abdias de Carvalho e General San Martin, no Recife.
Fonte: Diário de Pernambuco