CBHSF reforça compromisso com a segurança hídrica de Ibimirim em audiência pública

22/12/2025 - 16:41

Em um movimento decisivo para enfrentar a histórica vulnerabilidade hídrica do Sertão do Moxotó, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), através da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, participou de uma audiência pública em Ibimirim para discutir o futuro do Açude Poço da Cruz e do Perímetro Irrigado Moxotó (PIMOX).


O evento reuniu lideranças políticas, órgãos federais, estaduais e a sociedade civil com um objetivo claro: tirar do papel a modernização de um dos maiores ativos estratégicos do Nordeste.

Representando a presidência do CBHSF, Elias Silva, Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, destacou que a atuação do Comitê no território não é recente. O CBHSF já investiu recursos significativos na região, incluindo a Revitalização do Poço da Cruz: Cerca de R$ 600 mil investidos em 2016; a Recuperação de Nascentes: Ações na ordem de R$ 400 mil para a proteção das fontes do Rio Moxotó; no Saneamento com a elaboração do Plano Municipal de Saneamento, custeado integralmente com recursos do Comitê.

Elias alertou para a urgência das ações, ressaltando que o assoreamento e a falta de saneamento na bacia do Moxotó impactam diretamente o reservatório de Paulo Afonso, aumentando os níveis de eutrofização.



A agonia do PIMOX e a luta pelo Poço da Cruz

O cenário apresentado por Alysson Clementino Bezerra, Secretário Executivo de Agricultura e Meio Ambiente de Ibimirim e membro do CBHSF, é alarmante. Com 13 mil hectares agricultáveis paralisados há mais de duas décadas, o município sofre com o sucateamento da infraestrutura. “Nosso canal está parado, o Rio Moxotó está morto e o lençol freático já baixou mais de 20 metros. A audiência busca pactuar soluções técnicas e cronogramas mínimos para que Ibimirim volte a produzir”, afirmou o Secretário.

Um dos pontos centrais da discussão foi a revisão do Projeto de Integração do São Francisco. Originalmente, o Poço da Cruz (segundo maior açude de Pernambuco) receberia as águas da transposição, mas mudanças no projeto original priorizaram outros reservatórios, deixando Ibimirim em situação de colapso.

A audiência debateu uma agenda de médio e longo prazo baseada em quatro pilares fundamentais: 1. Transposição – Conclusão das obras para abastecer o Poço da Cruz e desassorear a calha urbana do Rio Moxotó; 2. Modernização – Implantação do projeto de revitalização da infraestrutura do PIMOX (40km de canais); 3. Regularização – Garantia da segurança jurídica e fundiária para as famílias de irrigantes e 4. Produção – Fortalecimento do cooperativismo e anúncio de R$ 2 milhões para uma indústria de beneficiamento de tilápia.



União de Forças

A mesa de debates contou com uma mobilização social robusta, incluindo as etnias indígenas Kambiwá e Kapinawá, associações, cooperativas e representantes do Ministério da Integração, Codevasf, APAC e ANA.

A presença do CBHSF reafirma que a solução para Ibimirim passa pela gestão integrada dos recursos hídricos e pela pressão política para que as águas do “Velho Chico” finalmente garantam a estabilidade produtiva do território.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Prefeitura de Ibimirim/ Imagens cedidas por Elias Silva