Com foco em entender o que pesquisadores e produtores estão fazendo quanto ao uso da água na irrigação, os coordenadores das Câmaras Consultivas Regionais do Submédio e Médio São Francisco, Cláudio Ademar e Ednaldo Campos estão participando da II Conferência sobre Ecofisiologia e Estresse de Plantas e XXXIII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem. O evento, que acontece em Petrolina, no sertão pernambucano, começou ontem (01) e segue até a próxima sexta-feira (04).

Os eventos técnicos voltados para as ciências agrárias acontecem na Universidade Federal do Vale do São Francisco e tem como objetivo promover o debate e compartilhamento de temas voltados para a agricultura irrigada brasileira. Sendo um dos maiores polos irrigados do país, Petrolina está localizada na região do Vale do São Francisco, responsável pela produção da maior parte da manga consumida no país. Além disso, é dessa região que também se exporta a uva, segunda maior produção da região que ainda conta com diversas outras culturas.

O coordenador do evento, Luís Fernando Campestre, destacou a importância da agricultura irrigada associada às práticas sustentáveis para garantir o uso racional dos recursos hídricos. “O evento reúne os principais atores do setor para discutir os avanços e desafios da agricultura irrigada do país, e o Vale do São Francisco é um exemplo de como a irrigação transforma a realidade. A expansão da agricultura irrigada nessa região é um dos maiores feitos da agricultura brasileira nas últimas décadas. Milhares de hectares foram convertidos em terras produtivas gerando empregos e impulsionando a economia. A irrigação é um dos pilares da agricultura brasileira e através dela é possível o aumento da produtividade. Nesse contexto, precisamos investir em aprimorar as tecnologias de irrigação e reduzir o consumo de água, fortalecer a questão dos recursos hídricos e a sustentabilidade dos sistemas de irrigação a longo prazo, demanda essa feita pelo mercado consumidor que cada vez mais exige a sustentabilidade ambiental na produção de alimentos. Então, ao longo do congresso, teremos a obrigação de discutir os desafios e as oportunidades do setor, compartilhar experiências e construir um futuro mais promissor para a agricultura irrigada brasileira”.

Durante os eventos, acontecerão palestras, mesas divulgadoras, painéis, apresentações de trabalhos, mesas-redondas, salas de mentorias, consultorias, treinamentos, minicursos, exposições e visitas técnicas. Ao mesmo tempo, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, um dos expositores no evento, divide o espaço com outros nove comitês, sendo eles: os Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rio Parnaíba, Piancó-Piranhas-Açu, Verde Grande, Paranaíba, Rio Doce, Rio Grande, Paraíba do Sul, Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e CBH do Rio Paranapanema.

O coordenador da CCR Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, disse que o evento tem pautas importantes que são discutidas no âmbito dos comitês e por isso, a participação dos colegiados pode contribuir com questões fundamentais para a preservação dos rios e seus afluentes. “As discussões do evento têm muito a ver com o que o Comitê do São Francisco tem abordado ao longo dos anos. Uma das nossas preocupações é exatamente sobre os irrigantes que são um dos maiores consumidores de água do Velho Chico, e o evento traz a perspectiva do plantio e uso sustentável dos recursos hídricos. Percebemos, pela fala dos professores e pesquisadores, uma preocupação com a questão climática onde já se sente seus efeitos em todo o mundo. Então, é uma preocupação de como vamos lidar com essas questões climáticas, hídricas e do solo. Percebo que todos falam sobre a necessidade dos devidos cuidados, senão todos os setores, inclusive a produção de alimentos pode ser um dos mais prejudicados, ou seja, teremos debates importantes ao longo desse evento que os comitês precisam participar e lançar um olhar sobre o setor de usuários dos recursos hídricos”.

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Nesse sentido, o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão, Jean Carlos Coelho de Alencar, ressaltou que a região do Vale do São Francisco também se destaca por ser a única no mundo a produzir uva o ano todo e tirar duas safras por ano. “As características da região associada à irrigação permitem essa característica única, mas se tivermos chuvas intensas devido às mudanças do clima, a região pode perder essa capacidade. Então, temos que cuidar para garantir a manutenção desse sistema de produção, mantendo o Vale do São Francisco uma região de referência de produção. A expectativa é que a gente possa sair do evento com soluções para o Vale do São Francisco e até mesmo para o mundo”.

Também participam do evento os membros da CCRs Médio SF, Braian Pacheco Porto, e do Submédio, Wilson Simonal.

Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Juciana Cavalcante