Na tarde da última sexta-feira (11) aconteceu uma videoconferência de emergência onde a Agência Nacional de Águas (ANA) convocou diversos órgãos brasileiros para tratar do avanço das manchas de óleo que, desde setembro, estão tomando conta do litoral nordestino e da foz do Rio São Francisco.
Participaram da reunião, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), CEMADEN, SEMARH, SEDURBS, CEMIG, CPRM, IGAM, IBAMA e Marinha do Brasil. Na oportunidade, os representantes expuseram ideias para tentar minimizar os danos causados pelas manchas de óleo, falaram também sobre o monitoramento que vem sendo realizado e deram novos encaminhamentos.
Na ocasião, os participantes aprovaram a proposta da ANA para aumento da vazão na hidrelétrica de Xingó (AL/SE), que atualmente é de aproximadamente 800m³/s, para uma vazão de 1.300m³/s. Tal medida deverá ser adotada caso a análise ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) identifique risco de contaminação da água do rio pelo óleo, na região próxima à foz.
Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, disse durante a videoconferência que desde o primeiro momento o Comitê está atento ao que vem ocorrendo, e tem se mobilizado principalmente no esforço de articulação institucional. “Consideramos absolutamente necessário que entre os estados de Alagoas e Sergipe haja uma cooperação mais estreita. Estou falando das prefeituras de Piaçabuçu e Brejo Grande, das Secretarias de Meio Ambiente da região e órgãos estaduais, além dos parceiros das ações ligadas ao Rio São Francisco como a Federação dos Pescadores, a Marinha do Brasil, o IBAMA que já trabalham numa grande cooperação integrada”.
Miranda acrescentou que o Comitê está pronto para mobilizar a todos, inclusive no sentido de viabilizar recursos em parceria com outras instituições no caso de necessidade. “Vamos continuar trabalhando com as populações ribeirinhas, visto que o Comitê já colabora com comunidades do projeto Aroeira, do lado de Alagoas, e do lado de Sergipe, com as comunidades quilombolas”, pontuou.
Maciel Oliveira, vice-presidente do CBHSF, também participou da videoconferência e reforçou que o acompanhamento durante as ações não para por parte do Comitê. “Temos participado de reuniões com órgãos de meio ambiente, ido aos locais onde as manchas de óleo já chegaram e estamos buscando medidas que possam minimizar o avanço das manchas. A Universidade Federal de Alagoas tem feito coleta do material para análise e, em breve o resultado sairá”, contou.
De acordo com Ailton Rocha, que representa a SEDURBS de Sergipe, “esse é um dano ambiental com grandes proporções e extrapola o que se pode imaginar atingindo fauna e flora”.
Um dos representantes da Marinha do Brasil, o vice-almirante Wladmilson Borges de Aguiar, disse que a equipe está empenhada no monitoramento do litoral e dos rios. “Sobrevoamos mais de 700km e disponibilizamos navios, um helicóptero e várias embarcações menores que ajudarão em todo processo”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Foto: Deisy Nascimento