O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco esteve representado na reunião participativa sobre a implementação do projeto de Estudos de Viabilidade Técnica-Econômica e Ambiental da Hidrovia do Rio São Francisco, ocorrida na manhã de hoje (30.07) em Belo Horizonte (MG). O vice-presidente da entidade, Wagner Soares, e o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Alto São Francisco, Márcio Pedrosa, tiveram conhecimento dos detalhes técnicos expostos pelos responsáveis dos estudos e reafirmaram a importância da inclusão do CBHSF e dos demais usos da bacia no debate.
O encontro serviu para aproximar o projeto das inúmeras instituições e profissionais que trabalham em prol da gestão de recursos hídricos na bacia do São Francisco. A iniciativa do estudo é do Ministério dos Transportes, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT. A elaboração está sob reponsabilidade do consórcio DZETA-HIDROTOPO-EBEI, formado pelas empresas DZETA Engenharia LTDA, Hidrotopo Consultoria e Projetos LTDA e a Empresa Brasileira de Engenharia de Infraestrutura LTDA.
De acordo com os técnicos, o objetivo é criar ferramentas que subsidiarão o Plano Estratégico Hidroviário do São Francisco, documento este que já está em fase de elaboração pelo governo federal. “O hidroviário é uma complementação dos outros modais (rodoviário e ferroviário). O trabalho é feito em conjunto. Realizaremos levantamentos de dados técnicos, econômicos, socioeconômicos, logístico, ambiental, entre outros, com atenção especial, principalmente, aos aspectos do rio e a sua situação atual de navegação. Promover o desassoreamento de canais e torna-los permanentemente navegáveis é um dos focos centrais do projeto”, disse Luiz Felipe de Carvalho Gomes Pereira, da Administração da Hidrovia do São Francisco – AHSFRA.
Gomes Pereira destacou ainda que a implantação e efetivação do projeto darão condições para “reduzir e equilibrar a matriz do transporte do País, e, por consequência, regularizar as condições de navegação do rio”, completou, fazendo alusão aos tempos áureos do transporte fluvial do Velho Chico, principalmente entre as décadas de 1950, 1960 e 1970, quando o translado de cargas e passageiros eram comuns no deslocamento entre as cidades de Pirapora (MG), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
Wagner Soares, vice-presidente do CBHSF, elogiou o projeto, mas pediu atenção aos usos múltiplos da bacia. “É preciso garantir a relação com os usuários. O CBHSF tem essa preocupação em qualquer debate que está inserido e defende isso. A navegação é um desses usos, mas é preciso manter a discussão ao nível de todos e, hoje, não vi isso na apresentação”, lamentou. Soares convidou os responsáveis pelo projeto para a próxima plenária do CBHSF, que será realizada entre os dias 21 e 22 de novembro, em Maceió (AL). “Esse assunto será de extrema importância para o nosso colegiado. Lá, vocês terão a oportunidade de apresentar esse estudo para um público de 120 pessoas, de diferentes segmentos”, finalizou.
Também presente à reunião, o coordenador da CCR Alto, Márcio Pedrosa, pediu maior fortalecimento do CBSHF na discussão, principalmente nas questões ambientais. “Ajudará na tão esperada revitalização do São Francisco”, defendeu.
O estudo acontece até abril de 2015. Após esta data, o governo federal deverá autorizar a licitação pública para contratação da empresa executora do projeto. Amanhã (31.07), em Salvador (BA), ocorrerá mais uma reunião participativa. No dia 01, é a vez de Petrolina (PE) sediar o encontro, que já visitou as cidades são-franciscanas de Pirapora (MG), Barra (BA), Ibotirama (BA), Bom Jesus da Lapa (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Barreiras (BA).
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF