O encerramento do II Encontro Estadual de Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Norte (ECOB RN) também contou com uma representação do Comitê da Bacia do Rio São Francisco. Marcelo Silva Ribeiro, membro da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL) do CBHSF, foi um dos palestrantes da programação que aconteceu até a tarde desta quinta-feira (12/09), no auditório do setor de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN).
Marcelo Ribeiro apresentou uma palestra intitulada “Desertificação e Mudanças Climáticas”. De acordo com o palestrante, durante o século XXI, as regiões semiáridas estão entre aquelas que receberão o maior impacto das mudanças climáticas associadas ao aquecimento global. Marcelo expôs que o que a ciência apresenta é de redução da disponibilidade hídrica justamente aonde a água é um recurso escasso.
Segundo Marcelo, o aquecimento global leva a episódios de chuvas mais intensas inclusive nas áreas semiáridas. “Diagnósticos colocam a região semiárida como a de maior vulnerabilidade social em todo o país frente aos efeitos das mudanças climáticas”, disse ele. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica desertificação como a degradação das terras situadas nas regiões áridas, semiáridas e do subsumido seco.
De acordo com a sua apresentação, as principais causas da desertificação são a extração de lenha e produção de carvão vegetal, extração de gispsita e produção de gesso, extração de argila e produção de cerâmica, produção vegetal com uso intensivo de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos, produção de grãos no cerrado nordestino e bovinocultura e ovinocultura no semiárido.
Marcelo apresentou também dados do IBGE em que cerca de 13% do território brasileiro nas regiões susceptíveis à desertificação já estão em estágio avançado ou médio de desertificação.
II ECOB
O II Encontro Estadual de Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Norte (ECOB RN) foi promovido pelo Fórum Potiguar de Comitês de Bacias Hidrográficas, com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn) e trouxe o tema “Gestão das Águas e Mudanças Climáticas”.
Segundo Rosimeire Dantas, coordenadora do Fórum Potiguar de Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Norte, a principal importância do evento é o fortalecimento dos Comitês de bacias. “Se a gente não fortalecer o sistema, não conseguimos fazer gestão de forma eficiente. A participação de todos Comitês e agora a integração junto à família São Francisco é muito importante para o nosso fortalecimento”, disse.
Ainda segundo Rosemeire, é importante fazer com que a sociedade também tenha um reconhecimento dos Comitês. “É preciso saber que há um Comitê, uma defesa especifica naquela bacia, e que pode contar. O evento é também um ciclo de integração de poder público, usuários de água, de todo o sistema. Somos voluntários, temos amor a causa”.
De acordo com Dantas, os desafios após o evento são grandes. “Agora é preciso consolidar. Estamos vivendo um momento bastante complicado com essa questão dessa reviravolta da política ambiental no brasil, mas eu acredito muito no diálogo. Acho que a gente precisa ir lá e conversar com o governo federal, poder informar como é que funciona. É importante que a gente esteja nessa luta do diálogo, buscando a diplomacia, acho que esse é o caminho”.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Ulysses Freire
*Fotos: Ulysses Freire