O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco realizou na ultima quinta-feira (03.10), na associação comunitária de Tamboril, no município de Morro do Chapéu, no semiárido baiano, a entrega oficial do projeto de recuperação hidroambiental no rio Salitre. A solenidade contou com a presença dos integrantes da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Almack Luiz Silva e Luiz Alberto Dourado, que explicaram como foram gastos os cerca de R$ 838 mil advindos da cobrança pelo uso da água do Velho Chico.
Ambos os representantes agradeceram pela confiança do presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, em dar-lhes a incumbência da representação e explicaram à população como se deu a concepção e realização do projeto, além de chamar a atenção para que a população cuide das barraginhas, dos cercamentos e proteções de nascentes, frutos do projeto.
“Eu pertenço a esse rio, já me banhei em suas águas em período de abundância e hoje o que vemos é uma seca tremenda e uma falta de cuidado absurda com o meio ambiente; por isso, ações como essas do Comitê devem ser espelho para outros órgãos. Essa etapa acabou e a responsabilidade também é de vocês. Isso é nosso”, disse Dourado, apontando para os moradores da comunidade.
“Já estou rezando para chover logo e ver os resultados dos buracos que foram feitos. A gente aqui tá carente por demais de alguém que faça um negócio sério como o pessoal do projeto fez”, disse a moradora de Tamboril Rosalia Cardoso Santana (71), que reside na região desde que nasceu e , segundo ela, ainda não tinha visto uma obra de tal magnitude e importância para a sub-bacia do Salitre.
Almacks Luiz, que além de membro do CBHSF é presidente do Comitê da Bacia do Rio Salitre, também salientou que o projeto é consequência de um trabalho coletivo. “Isso é a somatória do esforço de um grupo de pessoas e organizações que, sem abraçar partido politico, se preocupa com esse planeta, se preocupa com o São Francisco e com suas nascentes”, disse.
O evento contou com a presença de cerca de 100 pessoas, dentre elas crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos que, guiados pela vontade de dias menos secos e mais verdes, assistiram atentamente a apresentação oficial de cada ponto de intervenção do projeto. A explicação foi dada pelos representantes da Localmaq, empresa licitada que executou as obras: o engenheiro civil Juliano Rodrigues Casa Santa, o engenheiro agrônomo e mobilizador Rafael Sá e o geógrafo e encarregado pela obra em Tamboril, Vinicius Rosa de Jesus. Houve ainda a presença da técnica ambiental da AGB Peixe Vivo, Zuleide Monteiro, e do engenheiro civil da Gama Engenharia, órgão fiscalizador da obra, Pedro Lucas.
Da conclusão da obra
Dentre as ações do projeto de recuperação hidroambiental no Salitre, houve conservação e recuperação de 190 hectares de áreas degradadas; 1.916 metros de nascentes protegidas; 111.000 metros de estradas rurais com adequações; 848 bacias de contenção de água pluviais, conhecidas como barraginhas. O projeto incluiu ainda o trabalho de mobilização e conscientização da população através de confecção de 1000 folhetos informativos, 2.000 cartilhas, 6 banners, realização de 2 seminários e a contratação de um mobilizador social, disponível para atendimento e orientação da população acerca das atividades desenvolvidas e da proteção e uso consciente do meio ambiente.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF