O Secretário da Diretoria Executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Almacks Luiz Carneiro da Silva, e o professor José Vieira, representante da Expedição Científica do Baixo São Francisco, estiveram no Estado do Maranhão onde participaram do primeiro Seminário Regional de Capacitação na Bacia Hidrográfica do Rio Pindaré.
Com foco em apresentar a expertise do CBHSF ao longo dos seus 21 anos de existência, o Comitê do São Francisco atendeu ao convite do presidente do CBH do Rio Pindaré, Nonato Moraes, que buscou, junto com a diretoria colegiada, conhecer as experiências do CBHSF. “Somos um Comitê novo e esse primeiro seminário cumpriu o objetivo de capacitar os membros do CBH do Rio Pindaré para que antes de qualquer ação de campo, tenhamos o conhecimento que será necessário a partir de agora. Por isso, trouxemos pessoas com expertise das bacias hidrográficas do Brasil e o CBHSF também tem alguma semelhança com nossa região. A sua participação foi importante para conhecer o trabalho que pode nos ajudar na elaboração do diagnóstico e da expedição que queremos fazer, possibilitando conhecer os problemas a fundo e, ainda, nortear os atores da bacia, povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, sociedade, poder público e usuários nessa luta”.
O Rio Pindaré, com percurso total de 720km, nasce na serra do Gurupi e deságua no rio Mearim, no estado do Maranhão, margeando os municípios de Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Alto Alegre do Pindaré, Santa Inês, Pindaré Mirim, Bom Jardim, Monção, além de diversos povoados, inclusive comunidades indígenas. O estado tem sete CBHs e passou a contar há cerca de um ano com a criação do CBH do Rio Pindaré, que tem à frente questões importantes para a sobrevivência da bacia, a exemplo da recuperação do manancial, combate à pesca predatória, assoreamento, entre outros. “As demandas são muitas. Temos problemas que afetam drasticamente os corpos d’água como os lixões, a recuperação de mananciais, a calha afetada pelo assoreamento, a pesca predatória, espécies invasoras, problemas com captação irregular para irrigação, barragens, enfim são inúmeras as demandas, temos muito a fazer e só estamos começando”, completou Nonato.
Ao apresentar o trabalho do CBHSF, o secretário Almacks Luiz Carneiro da Silva pontuou sobre a importância da integração dos Comitês, visando o fortalecimento da região. “O presidente do CBH do Rio Pindaré procurou a diretoria do CBH São Francisco e pediu ao presidente Maciel Oliveira para lhes dar apoio no sentido de trocar essa experiência. Então falamos sobre como nasceu o CBHSF, como passamos a ter uma agência de bacia, sobre a instituição da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, a participação da sociedade e nossa atuação em seis estados diferentes, ao longo de 21 anos. Além disso, esse é um momento importante porque pensamos no fortalecimento do fórum dos comitês do Nordeste e do Semiárido do Brasil de modo que se tenha o protagonismo necessário atendendo e entendendo as especificidades dessa região. Foi um encontro muito positivo com o CBH do Rio Pindaré onde vimos, durante a visita técnica, problemas comuns aos do São Francisco”, afirmou.
Almacks Carneiro (direita) e José Vieira (esquerda) participaram do seminário
O professor José Vieira, ao apresentar a experiência e resultados obtidos pela Expedição Científica na região do Baixo São Francisco, destacou como a ação se consolidou sendo uma das fontes mais importantes com dados científicos da região. “Na ocasião foi apresentado um breve relato das experiências obtidas a partir da realização de cinco edições das Expedições Científicas no Baixo São Francisco, do volume de informações geradas e dos projetos e soluções apresentadas para resolver os problemas encontrados. No contexto da bacia do Rio Pindaré, que tem o interesse em realizar expedições científicas, será preciso identificar o que se deseja obter para trabalhar as áreas de pesquisas, definir e conhecer o território a ser trabalhado, e garantir a independência dos trabalhos que serão realizados e da equipe envolvida com as atividades de pesquisa, pois somente assim se terá um retrato fiel dos problemas existentes na bacia do Rio Pindaré e também das possíveis soluções para as questões que serão identificadas. Além disso, é preciso garantir parcerias e financiadores fortes e confiáveis, que mesmo financiando o trabalho, não terão qualquer ingerência com o que será feito no campo científico dos trabalhos de campo. O segredo é começar pequeno, com foco e objetivos bem definidos”, concluiu.
Participaram do Seminário, os membros do CBH Pindaré, povos indígenas, população ribeirinha, poder público e sociedade civil em geral.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Almacks Luiz Carneiro