Na última quarta-feira (02) o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e o coordenador do Baixo São Francisco, Maciel Oliveira e Anivaldo Miranda, se reuniram com o reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Josealdo Tonholo, e com pesquisadores da instituição e representantes da empresa HIDROBR, para tratar do modelo de gestão do Canal do Sertão.
O consultor da HIDROBR Rodrigo Flecha, informou, durante o encontro, que a UFAL vai avaliar a possibilidade de apresentar uma proposta sobre dois aspectos: o de capacitação e treinamento para os produtores rurais, sobretudo os pequenos, e o zoneamento das áreas potencialmente irrigáveis.
O reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, destacou os avanços da proposição. Segundo ele, “apesar do canal estar posto, a gestão dele é um tema extremamente complexo, até porque envolve não só o Governo, mas a comunidade, particularmente os usuários que por vezes são desprovidos de representação, a exemplo da agricultura familiar”.
Outro ponto discutido na reunião foi a falta de um mapeamento dos solos que seja compatível com o planejamento do modelo de gestão. Em relação ao assunto, Tonholo disse que “a UFAL tem competência técnica para ajudar no estudo, mas não pode assumir o compromisso individualmente porque o custo operacional é elevado e não há orçamento para isso. Sem o mapa de solo, não há como avançar no modelo de gestão. Então é fundamental que se foque na contratação de serviços que permitam fazer o diagnóstico da margem do Canal do Sertão, bem como de seu entorno, para que tenhamos uma ideia de quais terrenos devem ser utilizados na agricultura familiar, plantation, hidroponia, entre outros. Daí, poderemos ter um planejamento adequado da quantidade de água e onde ela tem que ser revertida”.
Modelo de gestão do Canal do Sertão alagoano foi tema de encontro virtual
Anivaldo Miranda, coordenador da CCR Baixo São Francisco do CBHSF, explicou que o modelo de gestão do Canal do Sertão faz parte de um esforço que o CBHSF está fazendo para criar uma aliança institucional envolvendo a academia, os municípios, os conselhos profissionais e outras representações da sociedade, inclusive de usuários das águas e outros segmentos da sociedade civil, no sentido de dar continuidade, depois da conclusão do modelo de gestão do Canal do Sertão, a outras tarefas que serão necessárias para que o modelo possa ter plena vigência.
“Dentre essas tarefas está a intenção de complementar estudos, por exemplo, sobre as características da natureza e qualidade dos solos, as melhores culturas a serem implantadas nas manchas de solos férteis, parcerias no intuito de ampliar a capacitação dos irrigantes no uso racional da água. O Comitê também tem uma segunda preocupação na construção dessa ampla aliança para que o modelo não seja futuramente engavetado, ou seja, é necessário que de fato o Canal do Sertão possa ter esse modelo porque ele será um instrumento fundamental para a gestão do próprio canal. Foram feitos diversos investimentos em obras físicas, mas praticamente nada se investiu em um modelo de gestão eficaz. O encontro com a universidade tem essa importância, já que pode emprestar sua inteligência e o Comitê financiará estudos e pesquisas”, afirmou o coordenador.
O presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, reforça que é importante ficar de olho no que já está sendo cumprido por parte do Comitê com o Governo de Alagoas. “O Estado de Alagoas é o mais privilegiado neste momento com relação a projetos e ações feitas pelo Comitê. Não estamos fechando portas, mas precisaremos segurar um pouco. Cobraremos para que os investimentos feitos pelo CBHSF saiam do papel e precisaremos do apoio da UFAL, da HIDROBR. Irei participar de todas as ações futuras e ficar ainda mais por dentro dos próximos passos que serão realizados de forma planejada. O Governo de Alagoas tem suas responsabilidades também e precisa cumpri-las”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
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*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Leo Boi