Câmara Técnica de Águas Subterrâneas realiza encontro no sertão de Pernambuco

22/08/2023 - 10:55

Os membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CTAS/CBHSF) participaram, nos dias 17 e 18, de reunião ordinária no município de Petrolina, no sertão do estado de Pernambuco.


Após a aprovação da ajuda memória da reunião CTAS realizada no dia 05 de abril deste ano, o encontro, coordenado pelo professor João Pedro da Silva Neto, seguiu com a análise do estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) referente ao Potencial Hídrico da Região Oeste da Bahia: Quantificação e Monitoramento da Disponibilidade dos Recursos do Aquífero Urucuia nas Bacias dos rios Grande, Corrente e Carinhanha. Com objetivo de atender à solicitação da Diretoria Colegiada do CBHSF, a Câmara Técnica discutiu em três momentos se o trabalho esclarece as dúvidas do Comitê para a gestão sustentável de recursos hídricos nos domínios do aquífero Urucuia e se identifica os limites de vazão considerados seguros no ponto de vista ambiental e de segurança hídrica, para a explotação de água nos seus domínios (superficial e subterrânea), possibilitando atender os parâmetros de vazões mínimas de referência nas bacias dos rios Grande, Corrente e Carinhanha.

“Nos debruçamos sobre a verificação do estudo para ver se ele atende as demandas atuais do Comitê, o que em caso positivo não demandaria recursos do CBHSF para contratação de um novo estudo. Buscamos então entender a modelagem matemática utilizada sobre os usos das águas de domínio do aquífero Urucuia”, explicou o membro Carlos Alberto de Freitas.

Ainda com base nas apresentações feitas pela coordenadora técnica da Gerência de Projetos da Agência Peixe Vivo (APV), Flávia Mendes, sobre o modelo SWAT: Modelagem hidrológica em uma microbacia do rio das Velhas para avaliar os resultados das ações de melhorias ambientais na bacia e sobre o estudo da empresa PROFILL, contratado pelo CBHSF e entregue em julho do ano passado, com avaliação do conhecimento existente sobre a utilização das águas na área de influência dos aquíferos Urucuia e Cárstico, a CTAS chegou ao entendimento de que, embora haja semelhança com a meta do Plano de Aplicação Plurianual (PAP 2021-2025) o estudo não se refere a mesma área, se limitando apenas a área de afloramento do aquífero Urucuia. Com isso, a Câmara Técnica recomendou a realização do estudo no Baixo Oeste São Francisco com possibilidade de extensão para o aquífero Tucano Jatobá e os sedimentos da formação Barreiras, na foz do rio São Francisco.


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Visita técnica UHE Sobradinho

No último dia do encontro, os membros da CTAS realizaram visita à usina hidrelétrica de Sobradinho, localizada no município de mesmo nome, na Bahia, há 51 km de Petrolina. Na ocasião, foram recebidos pelo diretor do Departamento de Operação Regional de Sobradinho, Raniere Fernando Domingos Farias e equipe, que se encarregaram de responder às perguntas do grupo e apresentar algumas das dependências da usina.

“Ao vir à região, uma visita importante é essa para conhecer a usina, entender como se dá o processo de geração de energia e como estamos trabalhando para atender a demanda energética. A visita da Câmara Técnica do Comitê é importante porque está diretamente ligada ao contexto do São Francisco e aos múltiplos usos”, afirmou Raniere.

Para o coordenador da CTAS, João Pedro Neto, a visita do grupo reforça as discussões dentro da câmara técnica. “Conhecer o funcionamento das usinas hidrelétricas do São Francisco é importante porque estamos rotineiramente discutindo a preservação do rio, os problemas enfrentados e pensando sempre em como viabilizar soluções que envolvem todos os entes, dependentes do Velho Chico”, concluiu.

O reservatório de Sobradinho tem cerca de 320 km de extensão, com uma superfície de espelho d’água de mais de 4 mil km² e uma capacidade de armazenamento de 34,1 bilhões de metros cúbicos. Nos dois últimos anos, devido à grande quantidade de chuva na bacia do São Francisco, a UHE Sobradinho chegou a atingir 100% de armazenamento, situação que não ocorria desde 2009.

Atualmente, passando por um processo de modernização que envolve desde a operação do sistema até aos maquinários, a Chesf está implantando o Plano de Ação de Emergência (PAE), previsto na Política Nacional de Segurança de Barragens. Serão instalados equipamentos, como sirenes e placas de identificação, parte do sistema de comunicação e alerta para as comunidades localizadas próximas às barragens, denominadas de Zonas de Autossalvamento (ZAS).

“Os Planos de Ação Emergenciais (PAE) foram entregues às prefeituras desde 2019. No segundo semestre de 2023, está previsto o início das divulgações dos planos de emergência e planos de contingência dos municípios com os vários públicos envolvidos. Entre setembro e outubro, serão instaladas sirenes, concluindo o procedimento em todas as usinas da Eletrobras Chesf, entre março e abril de 2024. Existirão ainda as etapas de cadastramento da comunidade envolvida e os treinamentos simulados com os cadastrados, cuja previsão de início será em 2024. Todas essas ações estão sendo planejadas e definidas em conjunto com as defesas civis que são os órgãos que tem experiência nas ações de emergência com a população”, explicou o Diretor-Presidente da Eletrobrás Chesf, João Henrique de Araújo Franklin Neto, destacando que as barragens das usinas hidrelétricas da Eletrobrás Chesf são seguras, porém, é preciso haver uma cultura de prevenção. Por isso, todos os sistemas de alerta instalados para fins de emergência e/ou operação – sirenes, mensagens de vazão pelo celular e spots de rádio – são importantes para a comunicação com a população. “Importante destacar que por ser um assunto sensível, a Eletrobras Chesf tem todo o cuidado de informar sobre esses temas de forma clara e bem contextualizada para não ser interpretado de maneira equivocada e gerar ruídos. Por oportuno, enfatizamos que essas ações são de planejamento, para a segurança da comunidade, que nossas barragens são extremamente seguras, possuem uma rotina de monitoramento e manutenção estabelecidas e fiscalizadas pelo órgão regulador, além de todas as estruturas serem classificadas como de baixo risco”.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Juciana Cavalcante