Na manhã desta quinta-feira (21), os membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CTAS/CBHSF) participaram da última reunião ordinária do ano com o objetivo de avaliar as ações e projetar as atividades de 2024.
Lembrando da importância do compromisso de todos os membros da Câmara Técnica com o cronograma estabelecido, o coordenador da CTAS, João Pedro Neto, abriu o encontro, realizado de forma virtual, com a aprovação da ajuda memória da última reunião ordinária realizada em Petrolina-PE, nos dias 17 e 18 de agosto, e seguiu com a pauta da aprovação do calendário de reuniões de 2024. Com três encontros ao ano, a câmara deve se reunir nos meses de abril, junho e setembro dando continuidade às discussões que nortearam este ano e devem também seguir entre as pautas de 2024.
A primeira reunião deve acontecer em Maceió – AL. Segundo o coordenador, a escolha do local se deu pela gravidade do afundamento de parte do solo que atinge cinco bairros da cidade. “O CBHSF realizou uma moção na última plenária e a gente entende que esse problema tem uma relação com nossas discussões e por isso, é importante que estejamos perto dessa situação para avaliar e contribuir da melhor maneira”.
Seguindo com a pauta, os membros da Câmara fizeram uma avaliação da contratação de estudo sobre o aquífero Urucuia, desenvolvido pelas universidades Federal de Viçosa (UFV) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A CTAS concluiu que a abordagem do trabalho das universidades se limita à área de afloramento do Aquífero Urucuia, e recomenda que a ação 1.10.2 do Plano de Aplicação Plurianual (PAP) vigente contemple como objeto de análise áreas da bacia hidrográfica do rio São Francisco, que não coincidam com os limites dos trabalhos desenvolvidos pela UFV e UFRJ.
A Câmara Técnica sugeriu à Diretoria Colegiada que a ação fosse desenvolvida em uma das seguintes localidades: região do Baixo Oeste São Francisco, que serve de conexão entre a área de afloramento do Urucuia e o Rio São Francisco; cárstico da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Jacaré; Sistema Aquífero Tucano-Jatobá / Tacaratu-Inajá ou Formação Barreiras, na foz do Rio São Francisco.
Entendendo que as localidades sugeridas pela CTAS para desenvolvimento da ação – apenas o Sistema Aquífero Tucano-Jatobá / Tacaratu-Inajá é contemplado pela rede de monitoramento de águas subterrâneas com poços da Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas – RIMAS, condição necessária para o desenvolvimento de modelagem hidráulica matemática em um determinado aquífero – o CBHSF deliberou pela contratação de estudo de modelagem matemática integrada do uso das águas no domínio do Sistema Aquífero Tacaratu-Inajá e demais resoluções relacionadas às águas subterrâneas da bacia hidrográfica do rio São Francisco.
A previsão é que em janeiro seja publicado pela Agência Peixe Vivo o edital para contratação de empresa para elaboração do termo de referência, com posterior abertura de processo para contratação de empresa para execução dos serviços definidos pelo termo de referência. “Essa é uma ação importante para o entendimento das águas subterrâneas da bacia e acredito que devemos em breve pensar em um evento específico da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas com esses apontamentos, que acredito ser extremamente necessário como forma de dar ciência sobre esses estudos e trabalhos”, afirmou ainda João Pedro.
Análise de apontamentos sobre Urucuia
Os membros da CTAS iniciaram uma análise sobre carta enviada pelo gestor ambiental e membro da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP/CBHSF), Johann Gnadlinger, para a Diretoria Colegiada do Comitê e Câmara Técnica de Águas Subterrâneas, na qual detalha algumas de suas preocupações sobre a conjuntura hídrica na região do Aquífero Urucuia.
Para Carlos Alberto de Freitas, os dados contidos na carta que apontam sobre a diminuição da vazão no aquífero e desmatamento, por exemplo, são pontos de preocupação contínua. “Muito já foi feito nesse sentido ao longo do tempo de atuação do Comitê e da Câmara Técnica. De forma continuada seria viável formalizar parcerias para monitorar os aquíferos, mas isso só é possível em um âmbito maior. Lembro que já temos um documento sobre as situações do aquífero Urucuia que apontou sugestões também para atender demandas já conhecidas e apontadas em estudo contratado pelo CBHSF. Entendemos com preocupação os apontamentos feitos e penso que precisamos trabalhar em conjunto com outras instâncias, inclusive rever o que foi sugerido pelo GT do Urucuia que acompanhou todo o estudo”, afirmou o coordenador da CTAS.
Reforçando a necessidade de um evento para congregar os temas de maior preocupação, os membros da CTAS concluíram apontando a realização de um encontro como um dos melhores caminhos para reunir todos os atores envolvidos na discussão e usos das águas subterrâneas da bacia do São Francisco, com especial atenção ao aquífero urucuia. A demanda deve ser formalizada e encaminhada para análise da Diretoria Colegiada do CBHSF.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Fernando Piancastelli