A Comissão Externa de Transposição e Revitalização do São Francisco do Senado Federal realizou, sob coordenação da deputada Raquel Muniz, o Seminário “Transposição e Revitalização do Rio São Francisco: impacto nas cidades Ribeirinhas” . O evento ocorreu na cidade de Pirapora-MG, na última sexta-feira (08.05), e reuniu diversas autoridades e organizações, entre as quais o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, representada pelo coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, Claudio Pereira. Um dos objetivos do encontro foi discutir cenários e soluções diante da transposição e a situação das comunidades ribeirinhas que dependem do rio.
“O debate sobre a transposição é sempre importante, mas o que me preocupa é que, com o cenário atual de extrema escassez de água, vai se transpor o quê se até em locais em que o rio era abundante agora ele agoniza?”, questiona Pereira. Ele reclama porque os comitês de bacia do São Francisco não foram oficialmente convidados para o debate em Pirapora. “Mostra que as instâncias governamentais não estão dando a devida atenção aos órgãos que fazem a gestão da bacia”, acrescenta.
De acordo com ministro da Integração Nacional, Gilberto Magalhães Occhi, cerca de 70% das obras de transposição já foram concluídas e pelo menos 430 milhões de reais foram liberados para a continuidade das obras até março. O investimento total da obra de transposição chega a 8,2 bilhões de reais, conforme o orçamento vigente, e beneficiará 12 milhões de brasileiros da região Nordeste. O ministro chamou à atenção para ações de revitalização e de apoio às famílias ribeirinhas e citou como exemplo 18 vilas produtivas e de reassentamento que foram construídas ao longo da área da transposição.
Aproveitando a oportunidade, o prefeito de Pirapora, Leo Silveira, criticou a Agência Nacional de Águas e pediu maior atenção às situações dos usos múltiplos. “É preciso que a ANA seja mais compreensiva porque muitos são os usuários, mas nem todos têm o poder de fogo igual e não pode haver sobreposição dos usuários”, disse. Silveira disse ainda que “é necessário que o Comitê do São Francisco seja fortalecido e que se construa um conceito de usos compartilhados da água”. Ele também chamou à atenção para a importância de o rio ser preservado e revitalizado em caráter de urgência.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF