O intuito das reuniões é a prevenção de impactos em caso de cheias no São Francisco.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, informou hoje (06 de agosto) aos órgãos participantes da reunião que analisa as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico, a programação de audiências públicas elaboradas pelo colegiado para discutir os impactos de possíveis cheias no rio. Miranda quer a participação dos governos estaduais, dos municípios localizados na calha do rio, usuários e todos os demais que estão relacionados diretamente ao tema.
As audiências públicas serão realizadas em Propriá (SE), no dia 31 de agosto; Petrolina (PE), em 17 de setembro; e Pirapora (MG), em 26 de outubro. “Estamos nesse cenário de crise hídrica, mas as cheias não podem ser descartadas por completo. Nossa diretoria colegiada discutiu e aprovou esse calendário, que representa uma proposta surgida aqui nesse fórum. Diante disso, esperamos contar com o apoio e a participação de todos aqueles que podem contribuir com a discussão, incluindo aí a Agência Nacional de Águas [ANA], a Defesa Civil nacional, assim como as seccionais estaduais, Chesf e outros”, conclamou o presidente do CBHSF.
Ele reforçou sua preocupação diante de pequenas oscilações na vazão do rio e que impactam na região do Baixo São Francisco, entre Alagoas e Sergipe. “Em alguns momentos, basta que o setor elétrico aumente a vazão, por uma necessidade qualquer, e já acontecem os relatos de prejuízos. Então, essa iniciativa representa uma forma de melhorar esse cenário frente a uma possível enchente. Todos os países desenvolvidos se preparam ante os cenários de crise e por falta de planejamento, o Brasil já teve sérios prejuízos tanto materiais quanto de vidas”, finalizou Miranda.
Anivaldo Miranda participou da reunião por videoconferência, no escritório do Comitê, em Maceió (AL), e obteve do superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, Joaquim Gondim, a garantia de participação da agência federal, bem como do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) na programação. “Vou manter entendimentos para que esses órgãos estejam presentes”, garantiu Gondim.
Como primeira contribuição, Gondim sugeriu que a equipe técnica do ONS apresente um plano de prevenção de cheias, referente ao ano de 2017, de forma genérica, durante a próxima reunião que acontecerá no dia 20 de agosto, a fim de conceituar o problema.
O coordenador da Câmara Técnica de Articulação Institucional (CTAI) do Comitê, Ailton Rocha, que também participa da videoconferência, garantiu realizar uma ampla mobilização para garantir a participação de municípios sergipanos no evento em Propriá, bem como da Defesa Civil estadual. A mesma mobilização deverá ser feita no lado alagoano pelo CBHSF.
Pouca chuva
Durante a reunião, também foram feitas apresentações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do ONS sobre as condições hidrológicas da bacia do São Francisco. E o diagnóstico de crise hídrica permanece. Nos últimos sete dias, o registro de chuvas na bacia do chamado rio da integração nacional foi de apenas um milímetro (mm). Para os próximos sete dias, a previsão é de uma precipitação de 3mm, valores considerados insignificantes para a bacia.
A reunião é promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), e transmitida por videoconferência para os estados da bacia e acontece quinzenalmente. Participam das discussões, os órgãos do poder público relacionados ao tema, universidades, usuários e Ministério Público, entre outros.
*Texto: Delane Barros
*Foto: Bianca Aun