O novo vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Marcus Vinícius Polignano, palestrou sobre os impactos ambientais e sociais das mudanças climáticas na bacia do Rio São Francisco. O evento foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), no dia 06 de outubro, de forma virtual. O objetivo foi discutir as mudanças climáticas e mostrar o que é possível fazer para reverter o quadro ambiental que vivemos atualmente.
Especialistas em biomas de diferentes regiões geográficas fizeram contribuições sobre o tema que será debatido na COP 26 em novembro deste ano. Com o tema “A água vem do céu?”, Marcus Vinícius Polignano mostrou que culpar a falta de chuva pelas mudanças climáticas é, no mínimo, insano.
“A bacia do São Francisco sofre ano após ano um forte processo de degradação, desertificação das suas áreas territoriais e de perdas de águas superficiais e subterrâneas. “Estudos mostram que as intensas ações do homem sobre o meio ambiente estão contribuindo seriamente para o avanço da seca no Brasil e na bacia do São Francisco”, alertou Polignano, que também destacou que vivemos uma diminuição no regime de chuvas e um aumento considerável na temperatura média cada vez mais acentuado.
Para o vice-presidente do CBHSF, as mudanças climáticas e seus impactos são assuntos estratégico e deve-se planejar potenciais medidas mitigadoras em associação com as ações existentes de gerenciamento dos recursos hídricos. “Forçar uma agenda ambiental é de extrema urgência. Precisamos enfrentar de forma mais incisiva o atual modelo de estado, economia e governo. Está cada vez mais difícil preservar o que ainda temos na natureza”, disse.
Marcus Vinícius Polignano relembrou que não se fabrica água. “A água é um recurso essencial à vida e que é esgotável. Não é possível ‘fabricar’ mais água do que a que existe no sistema. O abastecimento de água no mundo está em crise, e as coisas vêm piorando. A demanda por água não para de crescer e se não agirmos logo a população não terá água em breve”, alertou.
O presidente do Proam, Carlos Bocury, esclareceu que vivemos uma crise civilizatória. “A água nos mostra a raiz do problema, pois ela e seu manejo são indicadores do processo civilizatório. Onde tem água tem vida! No entanto, estamos distantes da perspectiva de integração do homem com a natureza”, afirmou.
COP 26
A COP26 será o vigésimo sexto encontro desde que o tratado entrou em vigor, em março de 1994. Líderes de 196 países se reunirão em Glasgow, na Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro para uma grande conferência do clima.
Espera-se que eles negociem ações para limitar as mudanças climáticas e seus efeitos, como o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos. O encontro é visto como crucial para que sejamos capazes de exercer algum controle sobre as mudanças climáticas.
COP é a sigla para Conferência das Partes – um encontro anual que reúne 197 nações para discutir as mudanças climáticas e como os países pretendem combatê-la. É parte da Convenção Quadro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas – um acordo internacional assinado por praticamente todos os países e territórios no mundo com o objetivo de reduzir o impacto da atividade humana no clima.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio