Frente ao Macrocenário da atualidade no planeta terra, de uma pandemia avassaladora e de isolamento compulsório, temos que fazer uma reflexão da disseminação do COVID 19 nas grandes regiões hidrográficas brasileiras. Então resolvemos fazer os seguintes questionamentos: como agir diante de tantas mudanças que estão ocorrendo nas sub bacias hidrográficas do rio Parnaíba? Primeiro assistimos pelas mídias a falta de entendimentos dos poderes executivos (federal, estadual e municipais), legislativos e judiciários no processo de gerenciamento da pandemia, principalmente no que diz respeito ao isolamento (afastamento e confinamento residencial), devido a orientação da Organização Mundial de Saúde – OMS e de especialistas sanitários é a melhor forma de se diminuir a propagação do coronavírus. 

Devido a isso, a população localizada na Grande Região Hidrográfica do rio Parnaíba, sentiu-se acuada, isolada, com sua liberdade de ir e vir tolhida. Isso resultou na reflexão sobre a sua existência e tamanha a força desse pequeno microorganismo (vírus) que conseguiu colocar todos nós de joelhos e pedir a Deus (força suprema do universo) ajuda para a resolução desse gigantesco problema do setor de saúde planetário. Perguntas: foi preciso vir essa pandemia para olharmos profundamente para as nossas deficiências gerenciais e olharmos para dentro dos segmentos sociais, econômicos, culturais e ambientais integrado aos recursos hídricos importantes para o desenvolvimento sustentável e revitalização de nossas sub bacias hidrográficas.

Nessa ambiência onde estão os representantes institucionais que irão compor o colegiado (CBH Parnaíba)? Estão confinados em casa, com energia para dar e vender, sem poder sair e ter que através de vídeos conferências e reuniões virtuais, sem o salutar convívio dos amigos nos encontros regionais, como orienta o processo de mobilização social, sem dúvida sair dessa confortável ambiência e salutar convívio entre os atores locais da bacia hidrográfica do rio Parnaíba é muito desgastante.

O que assistimos hoje nos 280 municípios – 223 no Piauí, 38 no Maranhão e 19 no Ceará – da bacia hidrográfica do rio Parnaíba é um grande golpe sofrido na economia, o comércio fechando as portas, o aumento do desemprego e ausência de gerenciamento do setor público e privado. Restaurantes, hotéis fechando, escolas e universidades pararam suas aulas presenciais, hotéis e comércio dispensando seus funcionários e o vazio das ruas das cidades passou a predominar. Ave Maria! Indiscutivelmente, quando o homem encurralado o leva ao verdadeiro jogo de xadrez para a sobrevivência, ele desenvolve uma linha de raciocínio lógico para escapar do xeque mate. Por outro lado, assistimos a descoberta de outras alternativas, para através de inovações solucionar os problemas gerados pela pandemia.

Os restaurantes e comércio estão reinventando e passaram a vender por televendas e a entrega via delivery, e muitos estruturaram seu Drive Thru. Essas soluções passaram a recuperar parte dos prejuízos com a queda das vendas, porém com um detalhe: os custos operacionais caíram drasticamente com o enxugamento de funcionários presenciais (garçons, faxineiros, balconistas e segurança), com queda brusca na conta mensal de energia, água possibilitando descontos e entrega dos produtos por um valor melhor para o cliente. Por fim os gestores públicos de meio ambiente e de recursos hídricos paralisados e de braços cruzados estão economizando quanto? O que estão fazendo para implementação dos instrumentos de recursos hídricos e fortalecimento institucional na bacia hidrográfica?

O Comitê Interino do CBH Parnaíba nesse momento da pandemia está se articulando diuturnamente para manter as reuniões respeitando o isolamento social e promovendo a gestão compartilhada visando a revitalização da citada bacia. Está ativamente envolvido no processo de mobilização social para a escolha dos membros que comporão o colegiado da Diretoria Executiva do CBH Parnaíba. Para isso, a Diretoria Interina e o grupo de apoio vem organizando diversas atividades, em especial reuniões visando a organização de 14 (quatorze) encontros regionais – 9 (nove) no Piauí, 3 (três) no Maranhão e 2 (dois) no Ceará. Infelizmente tiveram que ser suspensas as atividades presenciais que ocasionam aglomerações de pessoas como forma de combater à transmissão do COVID 19. Agora teremos que buscar alternativas para realizá-las de maneira virtual durante esse período da pandemia.
Recentemente a convite da Fundação Velho Monge, o presidente interino do CBH Parnaíba participou de duas reuniões virtuais, a primeira teve a participação do senador Elmano Férrer e assessores; superintendente da SUDENE, Evaldo Cavalcanti; Diretor do Departamento de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas, do Ministério de Desenvolvimento Regional – MDR, Renato Ferreira; representante da CODEVASF, Talita Salomão: presidente interino do CBH Parnaiba, Avelar Damasceno Amorim; superintendente da Fundação Velho Monge, Marcelo Moraes e representante da Associação Amigos do rio Poty, Rubens Luna. Na oportunidade foi intensamente discutido a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica do rio e o Superintendente da SUDENE assumiu o compromisso de se empenhar na contratação de uma empresa de consultoria para a complementação dos estudos do cito plano.

A segunda reunião virtual aconteceu a convite do Departamento de Recursos Hídricos e Revitalização de Bacias Hidrográficas, do Ministério de desenvolvimento Regional – MDR, contou com a participação do Diretor do Departamento, Renato Ferreira; senador do Maranhão Roberto Rocha, Coordenador de Engenharia Aquária do DNIT/MA – AHINOR, Ribamar Cantanhede; Diretor de revitalização da CODEVASF, Fábio André Freire Miranda e representantes da Comissão Interinstitucional pró CBH Balsas – MA. Ana Paula professora da UFMA e Foram apresentados o projeto de interligação das bacias hidrográficas do rio Parnaíba com a bacia hidrográfica do rio Itapecuru pelo representante da AHINOR, e proposta de elaboração de um Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do rio Parnaíba. A terceira reunião foi convocada também pela Fundação Velho Monge para a participação das bancadas parlamentares estaduais de Recursos Hídricos do Piauí, liderada pelo deputado Ziza Carvalho e do Maranhão, liderada pelo deputado Rafael Leitoa. Está programada para o dia 24/07/2020 mais uma reunião virtual com a presença dos prefeitos de Castelo do Piauí, Buriti dos Montes e Juazeiro do Piauí; deputado Ziza Carvalho, Diretor presidente do IDEPI, presidente da Fundação Velho Monge, Márcio Freitas e Presidente Interino do CBH Parnaíba, Avelar Damasceno Amorim. Esta reunião visa a discussão da construção da Barragem de Castelo do Piauí.

Como durante a pandemia do coronavírus, todas as atividades presenciais que ocasionam aglomerações de pessoas estão suspensas como forma de combate à transmissão do COVID 19. As reuniões da Diretoria Interina e Grupo d Apoio do CBH Parnaíba são fundamentais para o gerenciamento dos recursos hídricos e meio ambiente na citada bacia. Diante desta realidade, a Diretoria Interina está buscando o apoio da Agencia Nacional de Águas – ANA e Ministério de Desenvolvimento Regional – MDR para a realização de videoconferências durante o processo de mobilização social.

*Por: Avelar Damasceno Amorim
*Foto: Wikipedia

EngºAgrºM.Sc Tecnologia de Sementes; Especialista em Gestão Hídrica e Meio Ambiente; Ex-presidente do EMATER-PI; Ex- Superintendente do INCRA-PI; Ex- Coordenador das Unidades Operacionais do PNMA e PROÁGUA da SEMAR-P; Ex- Coordenador da Comissão Interinstitucional pró CBH Poty/ Longá/Pirangi e Parnaíba; Diretor de Sustentabilidade e Programas Especiais do IAEPI e Presidente Interino do CBH Parnaíba.