Pelo 3º ano consecutivo, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) apoia a Expedição Científica Baixo São Francisco que é de iniciativa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Neste ano, o grande desafio será fazer ciência e qualidade ambiental em tempos de pandemia da Covid-19.
De 30 de novembro a 10 de dezembro de 2020, os municípios de Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, Porto Real do Colégio, Propriá, Chinaré (Igreja Nova), Penedo, Piaçabuçu, Foz e Brejo Grande (SE) irão receber a visita de duas embarcações da Expedição Científica Baixo São Francisco e a cidade de Penedo será o ponto de partida deste grande evento.
Nas embarcações de grande porte estarão reunidos cerca de 52 pesquisadores, mais dez tripulantes. Elas vão funcionar como laboratório e todos que estiverem nestas embarcações irão se manter bem protegidos, com exames de Covid-19 em dia e macacão biológico para a realização de um trabalho mais seguro. O trabalho será executado em 26 áreas de pesquisa através de 14 instituições participantes, dentre elas as Universidades Federais da Paraíba (UFPB), de Rondônia (UNIR), Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Institutos Federais de Alagoas (Ifal) e do Ceará (IFCE), além da própria UFAL.
De acordo com Emerson Soares, professor da UFAL e coordenador da Expedição Científica, será feito um trabalho importante a partir do dia 30 de novembro em nove cidades entre os estados de Alagoas e Sergipe, na região do baixo São Francisco. “Queremos contar com o apoio de todos vocês na execução desse trabalho que visa a qualidade ambiental e a segurança alimentar para as comunidades ribeirinhas, além de proporcionar políticas públicas para que a gente consiga executar mais objetivamente na região”, disse.
Soares acrescenta que, neste ano, todos irão trabalhar com muitas recomendações devido à pandemia da Covid-19. “Os pesquisadores fizeram os exames e também estaremos protegidos com equipamentos de segurança, tanto na embarcação, como para trabalhar com as amostras, e mantendo o distanciamento social mesmo estando nas embarcações. Este ano, em especial, não teremos a visita in loco das comunidades às embarcações. Procuraremos fazer o trabalho com a população sem termos aglomerações e os trabalhos de educação ambiental foram reduzidos devido à questão do coronavírus. Teremos uma equipe da área de saúde dentro da embarcação e também de apoio em terra. Levaremos 300 litros de álcool em gel, cerca de 50 litros de hipoclorito de sódio, luvas, máscaras, macacões biológicos e outras ferramentas para que possamos executar o trabalho de pesquisa nas áreas que iremos trabalhar desde a questão de poluentes, como qualidade de água, metais pesados, ictiofauna. A intenção é executar o trabalho dentro das normas sanitárias, mantendo o distanciamento social, a fim de realizar a expedição com o desafio de enfrentar a pandemia da Covid-19”, explicou.
Lançamento do livro
Na abertura da expedição, no dia 30, em Penedo, vai ser lançado o livro O Baixo São Francisco – Características Ambientais e Sociais, que tem Emerson Soares e os professores José Vieira e Rafael Navas como editores. A obra conta com mais de 50 autores e foi editada pela Edufal. Ela recebeu o patrocínio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).
Financiamento da Expedição Científica
Além do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a 3ª Expedição Científica do Baixo São Francisco conta com o financiamento da UFAL, do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), Codevasf e Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Estado de Alagoas. Como participantes e executores estão o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater -AL), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-Pecuária (Embrapa) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, reafirma não só o apoio e o patrocínio a esta grande iniciativa da Expedição Científica do Baixo São Francisco, como também reafirma as expectativas de que ela possa brindar mais uma vez com novos dados e informações sobre o estado das águas no baixo São Francisco e de todo seu entorno. “A Expedição Científica do Baixo São Francisco é um sucesso porque ela reúne uma grande equipe multidisciplinar que não só estuda a questão da qualidade das águas, mas amplia isso às condições da população ribeirinha, as interações socioambientais de todo o entorno da região e várias outras derivações que só a ciência pode efetivamente trabalhar fornecendo ao próprio Comitê, as prefeituras e a todos os atores desse cenário dados importantes para que a gestão das águas possa ser participativa, descentralizada e compartilhada como manda a lei nacional das águas”.
Miranda pontuou ainda que em um momento onde a ciência está sendo ignorada, até desprezada nos orçamentos e em atitudes negacionistas, o Comitê faz questão de caminhar no sentido contrário e compreende que sem o concurso da ciência e da academia é impossível a uma instituição como o CBHSF de fato enfrentar os grandes desafios da gestão em um século difícil como é esse do aquecimento global. “Desejo sucesso a todos os pesquisadores. Iremos acompanhar com muita atenção e esperamos que os frutos dessa expedição reforcem ainda mais a consecução do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco, e sobretudo uma intervenção cada vez mais eficiente nas ações que precisamos fazer para de fato permitir a grande recuperação hidroambiental que merece o nosso Velho Chico”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento