O pato-mergulhão é o mais exigente dos animais no quesito de qualidade de habitat em que vive. Essa espécie sobrevive apenas em ecossistemas ambientalmente equilibrados, em águas limpas e transparentes.
Considerado em sério risco de extinção, o pato-mergulhão tem poucos lugares onde viver devido à situação hídrica do planeta dos últimos anos. No mundo inteiro restam apenas cerca de 250 aves, sendo que, no Brasil, 100 dessas aves resistem na Serra da Canastra, na nascente do rio São Francisco, onde ainda conseguem encontrar os seus requisitos para viver.
Essa espécie precisa de correntes d’agua totalmente limpas, com matas ciliares protegendo o percurso e abundância de peixes, por isso, é como um termômetro para o Velho Chico. A falta deles no percurso é um sinal de que o rio não está bem, já que os principais problemas dessas aves são os mesmos problemas da rio: assoreamento, extensão da agropecuária, uso de agrotóxicos e poluição.
Recentemente foi comemorado o nascimento de 13 filhotes na Serra da Canastra, sendo um bom indicativo de qualidade da água. Isso nos traz um pouco de esperança de que a nascente do Velho Chico continue preservada para o bem de toda a bacia, inclusive os seus povos.