Nascido na cidade de Santa Fé de Minas, também no território mineiro, Norberto se mudou cedo para São Gonçalo, onde vive com toda a família. Aos 11 anos de idade foi vender pão para os trabalhadores que estavam construindo a ponte que hoje faz divisa com a cidade de Três Marias. Enxergou aí a oportunidade para um outro negócio, que mais adiante se transformou na sua grande paixão: a pesca.
“Em uma ocasião, aprendi a pescar. Na minha primeira venda consegui ganhar mais dinheiro do que num mês todo vendendo pão. Aí não larguei mais a profissão”.
Com o orgulho de ter sido o primeiro pescador da região a comercializar peixes para os moradores locais, o representante do Instituto Opará no Comitê do São Francisco, que hoje é aposentado, sente-se especialmente gratificado por ter conseguido transmitir seus conhecimentos aos cinco filhos.
“Todos eles são pescadores e vivem inteiramente da pesca”.
Ele diz que o São Francisco tem um significado muito grande para a região e, principalmente, para a vida dos pescadores locais.
“Consegui criar filhos e netos apenas com a venda de peixe. Viajei diversas regiões do Brasil e para fora do país representando a pesca no Velho Chico. A grande maioria do pessoal daqui vive disso. Precisamos da água para sobreviver e nós, pescadores, somos os mais interessados com os cuidados que se deve ter com o rio”.
Norberto manifesta a sua confiança no trabalho que o Comitê vem desenvolvendo pelo colegiado:
“Sei que a diretoria do Comitê é formada por pessoas sérias. Elas estão trabalhando pelo bem do rio, que é o mais importante”.
Sobre as obras hidroambientais que o Comitê executa atualmente nas regiões da bacia, ele observa que “os projetos que estão sendo feitos com o dinheiro da cobrança são muito importantes, mas é necessário ter um olhar também para a pesca”.
Acostumado com o tempo em que havia fartura de surubins, dourados, piaus e outros tantos peixes nas águas do Velho Chico, Norberto fez questão de gravar seus bons momentos de pescador em fotos espalhadas pela casa.
“São peixes com tamanhos enormes, que hoje dificilmente são encontrados por aqui”.
O Velho Chico ainda tem muita história pra contar. E você? Qual a sua história com o rio?