Traipu em defesa pelo Velho Chico

07/06/2017 - 15:02

Ribeirinhos realizaram programação especial em homenagem ao Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco
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Texto: Vitor Luz e Fotos: Edson Oliveira
Em Traipu, no estado de Alagoas, a celebração do Dia Nacional em Defesa do São Francisco, começou na noite do dia 2, com uma missa na paróquia da cidade e um encontro no ginásio Helenildo Ribeiro, o Ribeirão, às margens do rio.
Durante a missa, o padre José Eduardo ressaltou a importância do amor nos dias de hoje: “Quem ama cuida e a natureza precisa dos nossos cuidados, para que o rio possa se perpetuar devemos preservá-lo”.
O Padre também trouxe um alerta sobre os pecados ambientais: “Precisamos preservar a criação e não esquecermos que o lugar do lixo é na lixeira e não nas ruas ou nos rios. Muitas vezes agimos inconscientemente, pecamos quando sujamos a obra criada por Deus. Nossa Traipu precisa ser preservada e precisamos dar as mãos para que possamos, unidos, ajudar a obra da criação”.
A missa foi encerrada com um momento de oração e clamor pela preservação do São Francisco, onde os fiéis puderam dar as mãos e clamar por um futuro repleto de vida para o Velho Chico.
O prefeito de Traipu José Eduardo Tavares esteve presente durante toda a programação da noite e aproveitou a oportunidade para fazer uma breve retrospectiva do seu relacionamento com o rio. “Hoje estamos aqui para celebrar o dia em defesa do Velho Chico e isso é muito importante. Esse momento nos faz parar para refletir e me pergunto: o mundo mudou? Será que ele tem mudado? Será que tudo permanece como antes? Acredito que muita coisa mudou e acredito que nem todas elas foram para melhor. Nossos recursos naturais não são infinitos e precisamos ter consciência disso”.
O prefeito recordou que o São Francisco adentrava três léguas mar a dentro, na sua foz, e os pescadores conseguiam tomar banho em água doce no meio do oceano. Hoje, sem força, o São Francisco está sendo invadido pelo mar na cidade de Piaçabuçu: “Se não respeitarmos o que está acontecendo ele vai morrer. Já é comprovado que os rios morrem pela foz, pois ele vai perdendo sua força e começa a correr para os lados. Nosso futuro depende do nosso presente e precisamos fazer a nossa parte”.
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Participação do CBHSF

A população de Traipu também pode conhecer um pouco mais sobre o trabalho do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), que na oportunidade foi representada pelo Coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco, Honey Gama.
“Essa programação em homenagem ao Dia Mundial em Defesa do Rio São Francisco nos enche de orgulho. O Comitê possui um alto compromisso com a defesa do Velho Chico e durante o ano inteiro ele se preocupa com sua preservação. Todos os problemas que o rio enfrenta são debatidos no seio do Comitê e precisamos do apoio de cada cidadão que acredita em um futuro com mais água”, afirmou o coordenador da CCR.
Com o objetivo de transformar a Caatinga e o Serrado em patrimônios nacionais, assim como aconteceu com a Mata Atlântica e a Amazônia, o CBHSF colheu assinatura de todos os presentes, para que um projeto constitucional seja enviado aos governantes e novas iniciativas de preservação e perpetuação destes biomas possam vir a existir.
Participe assinando o abaixo assinado!

IMG_7801Honey Gama, coordenador da CCR do Baixo são Francisco

Lançamento de Livro
A noite também contou com o lançamento do livro “História de Traipu”, do historiador Jenner Glauber Torres. Em sua segunda obra o autor reuniu diversas histórias da cidade ribeirinha, com a colaboração das professoras Simone Sena Teixeira, Iracema Isidro e Sineide Messias.
Jenner Glauber nasceu em Traipu e é um grande entusiasta da cultura local, sempre incentivando crianças e adolescentes a apaixonarem-se pela leitura. Também foi criador da primeira casa de cultura da cidade.
“Esse livro vem de longa data. A tiragem foi pequena porque no início foi destinado para os professores. Muitos leitores se identificam com ele e se enxergam nas histórias. Sempre procuro ouvir os feedbacks de quem leu, pois nas próximas edições posso trazer novidades, fazer uma produção a muitas mãos”, afirmou o autor.

Curta Metragem

Outra atração foi a exibição do curta metragem “Pedro e o Velho Chico”, uma produção áudio visual inspirada no livro infantil de mesmo nome, da autora Evelyn Zajdenwerg, patrocinado pelo CBHSF. Com duração de 20 minutos o filme mescla cinema de animação e live action. Conta a história do garoto Pedro e do catador de material reciclável “Seu Chico”. Ao emprestar seu diário ao garoto o “Velho Chico” o convida para uma viagem mágica pelo Rio São Francisco. Além disso, a obra traz reflexões importantes para as futuras gerações sobre a degradação e outros os problemas que envolvem o São Francisco. Muitas crianças, adolescentes e adultos puderam assistir ao curta metragem e participar de uma viagem mágica pelo Velho Chico.

Confira as fotos do evento