Organizada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, aconteceu na sexta-feira (29.07), no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a última Consulta Pública de Minas Gerais como parte do processo de atualização do Plano de Bacia do São Francisco. O encontro reuniu quase 80 pessoas de diversos segmentos sociais presentes em território mineiro.
O vice-presidente do Comitê do São Francisco, Wagner Soares, fez a abertura do evento, lembrando da complexidade que é a bacia do São Francisco, desde o seu tamanho até as diferentes culturas dos povos que nela habitam. Afirmou que o Plano dará um direcionamento para futuras ações no Velho Chico. Soares iniciou as atividades na companhia da representante do Grupo de Acompanhamento de Trabalho (GAT), Regina Greco, que também compôs a mesa.
A apresentação dos trabalhos de atualização do Plano ficou por conta do consultor da empresa Nemus, responsável pela atualização do documento, Pedro Bettencourt. Ele falou sobre a diversidade de usos que caracteriza a bacia do Velho Chico, como a navegação, pesca, turismo, agricultura e geração de energia, garantindo que o Plano é fruto das discussões que envolveram representantes de todos esses segmentos em torno de situações como uso do solo, disponibilidade e demanda hídrica e qualidade das águas do São Francisco.
Uma das conclusões da Nemus, na apresentação de Bettencourt, diz respeito ao que ele chamou de “áreas artificializadas”, explicando em seguida: “Quando digo áreas artificializadas quero dizer que a vegetação natural que contribui para a produção da água está sumindo”, explica. Ainda dentro das conclusões dos estudos realizados, Bettencourt observou que a tendência é que nos próximos 20 anos a capacidade hídrica da bacia esteja comprometida. Lembrou que o segmento da irrigação é o que mais usa as águas do rio, ficando com a fatia de 79% da atual vazão de retirada, que é de 309,4m³/s.
O diretor técnico da agência delegatária do Comitê, AGB Peixe Vivo, Alberto Simon, que coordenou os debates, lembrou que a gestão e os conflitos pelos usos das águas geram, inevitavelmente, discussões políticas. De acordo com ele, quando o Plano de Bacia estiver finalizado e entregue, as discussões políticas vão se intensificar no sentido da busca pelo chamado “Pacto das Águas”.
O CBHSF realizou quase 50 consultas públicas no processo de atualização do Plano Decenal, que vai orientar ações de melhorias hidroambientais em toda a dimensão da bacia do São Francisco. A entrega do Plano pela Nemus ocorrerá ainda em agosto, de forma que o produto final seja apresentado na próxima plenária do Comitê, marcada para setembro, em Belo Horizonte.
ASCOM – Assessoria e Comunicação do CBHSF