26/07/2017 - 10:04
Texto e fotos: Fernanda Sodré Soares
O riacho Tinguis é hoje o principal abastecedor de água para o município de Macaúbas, localizado na região semiárida do estado da Bahia. Explorado e assoreado ao longo dos anos, o riacho do Tinguis encontrava-se em situação de degradação e risco ambiental. No intuito de reverter esse quadro negativo, o Comitê da Bacia Hidrografia do São Francisco (CBHSF) iniciou, em janeiro de 2017, o Projeto de Recuperação Hidroambiental na Bacia Hidrográfica do Riacho Tinguis.
Com um investimento total estimado em R$ 895.840,08, o projeto realiza intervenções em diversas áreas da bacia do riacho no intuito de recuperar e preservar suas nascentes, bem como desenvolver uma convivência sustentável entre a população e seus recursos naturais.
Nascente na bacia do riacho Tinguis
Em visita ao município para acompanhar o andamento do projeto, o coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) Médio São Francisco, Ednaldo Campos, e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Corrente, João Batista, avaliaram de forma positiva as intervenções já realizadas e acreditam que a conclusão do projeto será um marco de transformação para toda a região. Para Ednaldo, o projeto é extremante necessário e viável. “As intervenções que estão sendo realizadas aqui consistem basicamente na preservação e proteção das fontes de água. A ideia é que o lençol freático seja revitalizado pelas barragens que acumulam água na superfície, que naturalmente infiltram no subsolo, mantendo estável o nível do reservatório”.
Ednaldo Campos explica ainda que o projeto prevê a implantação três barragens de contenção e 15 bacias de contenção de água pluvial (barraginhas) ao longo do perímetro da fonte do Tinguis e das estradas vicinais de seu acesso. O projeto intervém também na zona urbana onde uma área de quase seis hectares, localizada no Parque Bela Vista, se tornará um canteiro de mudas de espécies nativas e se será uma área de convivência e educação ambiental. Nesse mesmo espaço será construída também uma pista de caminhada, academias ao ar livre, trilhas ecológicas e uma pequena sede administrativa.
Para João Batista, além do acumulo de milhões de metros cúbicos de água que reabastecerão as nascentes do Tinguis, o projeto deixa um legado ainda maior que é o da conscientização e educação ambiental. “Aprender a respeitar e preservar as nascentes, mananciais e leitos dos rios é questão de sobrevivência. Só convivendo de forma sustentável é que poderemos ter água em quantidade e qualidade no futuro. Esse projeto tem acima de tudo a função social, de auxiliar a população a rever os impactos de suas ações e readaptá-las”, concluiu.
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