Foi lançado na última quinta-feira (21.08), na sede do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, no Recife (PE), a exposição fotográfica ‘São Francisco Submerso – Lago de Itaparica’. A exposição exibe um retrato subaquático de construções e objetos de cidades às margens do rio São Francisco que foram inundados durante a implantação, ocorrida na década de 1970, da Usina Hidrelétrica de Itaparica, localizada nos estados de Pernambuco e Bahia, no sertão do País.
A obra é de autoria do fotógrafo pernambucano Luiz Netto e foi vencedora do prêmio Arte e Patrimônio, idealizado pelo Iphan. Ao todo, foram selecionadas 40 imagens que destacam os resquícios arquitetônicos desses municípios, hoje encontrados debaixo de 15 metros de água.
Segundo o expositor, o foco de estudo do projeto foi principalmente na região do lago de Itaparica, entre as cidades de Petrolândia (PE) e Glória (BA). “Encontramos mesas, cadeiras, cocheiras, casas inteiras, a igreja do Sagrado Coração de Jesus, a terra indígena Truká, além de edificações intactas de até dois metros de altura, a exemplo do prédio do Charqueado”, disse.
Netto revelou ainda que, ao conversar com os moradores ribeirinhos que vivenciaram as inundações, o sentimento transmitido por eles foi de felicidade, mas ao mesmo tempo de saudade. “Muitos estão satisfeitos com os avanços estruturais das atuais moradias, já outros sentem falta do cotidiano que tinham nessas cidades inundadas”, contou. Os povoados submersos foram reconstruídos em áreas próximas às inundações.
O próximo desejo do fotógrafo é visitar os municípios situados entorno das Usinas Hidrelétricas de Sobradinho, na Bahia, e Xingó, na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. “Quero fazer um livro somente com fotografias subaquáticas do rio São Francisco”, observa ele, que já conta com um banco de imagens de 5.000 mil fotos.
A exposição ‘São Francisco Submerso – Lago de Itaparica’ fica em cartaz por dois meses na Casa do Patrimônio, localizado na sede do Iphan, na Av. Oliveira Lima, nº824, bairro Boa Vista, ao lado do Complexo do Colégio Nóbrega. A entrada é franca.