Há quatro décadas sem água na torneira, população de Campo Alegre de Lourdes avança mais um passo na construção do PMSB

25/05/2021 - 15:30

Os moradores das cidades de Campo Alegre de Lourdes e Morro do Chapéu, na Bahia, estão participando das primeiras oficinas setoriais para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, financiado integralmente pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

As reuniões começaram na manhã de ontem (24), pela cidade de Campo Alegre de Lourdes. As cidades estão divididas em setores, selecionados com apoio do grupo de trabalho instituído pelo município para acompanhar todo o processo de elaboração do PMSB. Na cidade de Campo Alegre de Lourdes onde há aproximadamente três anos atrás, a população precisava comprar carradas de água até mesmo para o abastecimento humano, a elaboração do PMSB significa um avanço no sentido de estabelecer as diretrizes do saneamento básico que envolve, além do abastecimento humano, a coleta e destinação do lixo, drenagem de águas pluviais e tratamento da rede de esgoto. Para o coordenador do grupo de trabalho, José Palmeira, o plano é amplo e deve ouvir a cidade como um todo. “É muito importante a participação popular na construção do plano que vai envolver a cidade como um todo, por isso a população precisa ser ouvida para diagnosticar os problemas de cada localidade”.

Campo Alegre de Lourdes fica situada no norte do estado, a 799 km de Salvador, e está inserida no polígono da seca. Até há bem pouco tempo, para ter acesso à água, a população da cidade, que tem 59 anos de emancipação política, em sua maioria dependia do transporte feito por animais. Em uma adaptação das antigas carroças puxadas por burros, o suporte de madeira foi substituído por tanques com capacidade de armazenagem de até 500 litros de água, e o preço variava de R$ 8 a R$ 10 por cada carregamento. Quando era feito por caminhonetes de igual modo adaptadas com tanques de mil litros, se pagava R$ 18 reais. A situação se repetiu por mais de 40 anos e somente em torno de 2018 a sede da cidade passou a receber água tratada nas torneiras das casas, mas com algumas deficiências no abastecimento. Já nas áreas rurais, de acordo com os moradores, o abastecimento ainda é feito por caminhões-pipa.

É para conhecer os problemas da cidade que as oficinas foram divididas em setores que envolvem a comunidade. Por isso, a importância deste momento que é de construção, onde o Comitê sempre reforça que o Plano, para ser efetivo, precisa ter a cara das pessoas”,
afirmou a assistente administrativo da Agência Peixe Vivo, Francismara Pereira.

Cumprindo a segunda etapa do processo que compreende seis fases, as oficinas setoriais fazem parte do ‘Diagnóstico da situação do saneamento básico’ que deve apresentar os problemas mais recorrentes na sede do município e zona rural. Hoje (25), às 9h e às 15h, acontecem as oficinas com a população das comunidades rurais de Tapagem, Peixe e entorno.

A partir do dia 26 será a vez dos setores da cidade de Morro do Chapéu, iniciando pelos moradores da Sede do município e comunidades rurais de Ouricuri I e entorno. No dia 27, participarão da oficina os distritos de Fedegosos, Icó e entorno. Já no dia 28, as reuniões se encerrarão com as comunidades de Olhos D’Água dos Fagundes e entorno. As contribuições também podem ser feitas através do questionário do PMSB disponível no link https://forms.gle/on5jrSSLqTmkEzH47 .

 


Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Juciana Cavalcante
Foto: Manuela Cavadas